Como se encontrar no mundo...

Em busca da felicidade verdadeira...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um dos lugares mais lindos do mundo!


Uma pequena homenagem para meus pais... Estava revendo os vídeos e fotos da nossa viagem até agora, e vi como muita coisa boa aconteceu. Lugares lindos, pessoas, momentos especiais, comidas diferentes, idiomas diferentes. Mas com todas essas experiências, me conheço melhor e me sinto mais próximas das pessoas que amo. E, olha que são muitas pessoas, viu? Uma grande família, até mesmo internacional. Mas as duas pessoas que sempre estiveram presente na minha vida, em todos os momentos, bons e ruins, e que me conhecem bem são meus pais. Eles que sempre me ajudaram e apoiaram. Quando estava em um dos lugares mais lindos dessa viagem, os Alpes Suíços, comecei a chorar, pois queria que eles estivessem ali comigo, no topo do mundo. Mas eles estavam sim, no meu coração...

sábado, 30 de julho de 2011

Estou indo para a Escola de Kensan!

Depois de muito tempo, enfim chegou a hora de parar duas semanas para pensar sobre muito temas e conseguir me abrir um pouco. Não tenho publicado no blog porque estou tentando escrever um livro. Acho importante a gente colocar em palavras tudo o que sente, e procurar compartilhar experiências com outras pessoas. Depressão é coisa séria e, se a gente for forte e persistente tem cura. Estou com um pouco de medo de ter que me expressar tudo em inglês e com japoneses que não conheço. Mas, creio que vai passar. Medo é coisa inventada pela nossa cabeça. Estou disposta a aproveitar o máximo de tudo. Ontem a Inês chegou, e muita coisa clareou para a gente. Estar aqui no Japão é encarar o desafio de botar para fora tudo o que se pensa,e, juntos achar uma solução. Aí, o peso da dúvida não fica guardado só para a gente.
Beijos família, amigos, tokkados, parentes e yamagishi!
Até breve!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O ator (para não esquecer das coisas que fiz...)

O ATOR

  “Por mais que as cruentas inglórias batalhas do cotidiano tornem um homem duro ou cínico o suficiente para ele permanecer indiferente às desgraças ou alegrias coletivas, sempre haverá no seu coração, por minúsculo que seja, um recanto suave onde ele guarda ecos dos sons de algum momento de amor que viveu na sua vida.
Bendito seja quem souber dirigir-se a esse homem que se deixou endurecer, de forma a atingi-lo no pequeno núcleo macio de sua sensibilidade e por aí despertá-lo, tira-lo da apatia, essa grotesca forma de autodestruição a que por desencanto ou medo                            se sujeita, e inquietá-lo e comove-lo para as lutas comuns da libertação.
Os atores têm esse Dom.  Eles têm o talento de atingir as pessoas nos pontos onde não existem defesas.  Os atores, eles, e não os diretores e autores, têm esse Dom. Por isso o artista do teatro é o ator.     O público vai ao teatro por causa dos atores.   O autor de teatro é bom na medida em que escreve peças que dêem margem a grandes interpretações dos atores. Mas o ator tem que se conscientizar de que é um cristo da humanidade e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva. O ator tem que saber que, para ser um ator de verdade, vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios. É preciso que ator tenha muita coragem, muita humildade e sobretudo um transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria personalidade em favor da personalidade de suas personagens, com a única finalidade de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas com seus códigos de ética pretendem.
Eu amo os atores nas suas alucinantes variações de humor, nas suas crises de euforia ou depressão. Amo o ator no desespero de sua insegurança, quando ele, como viajor solitário, sem a bússola da fé ou da ideologia, é obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente, procurando no seu mais secreto íntimo afinidades com as distorções de caráter que seu personagem tem. E amo muito mais o ator quando, depois de tantos martírios, surge no palco com segurança, emprestando seu corpo, sua voz, sua alma, sua sensibilidade para expor sem nenhuma reserva toda a fragilidade do ser humano reprimido, violentado. Eu amo o ator que se empresta inteiro para expor para a platéia os aleijões da alma humana, com a única finalidade de que seu público se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor que tem que ser construído pela harmonia e pelo amor.   Eu amo os atores que sabem que a única recompensa que podem Ter – não é o dinheiro, não são os aplausos – é a esperança de poder rir todos os risos e chorar todos os prantos. Eu amo os atores que sabem que no palco cada palavra e cada gesto são efêmeros e que nada registra nem documenta sua grandeza. Amo os atores e por eles amo o teatro e sei que é por eles que o teatro é eterno e que jamais será superado por qualquer arte que tenha que se valer da técnica mecânica.”

Plínio Marcos do livro “Canções e Reflexões de um Palhaço” 

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Kensando na Suíça.

Por quê estou aqui? Por quê escolhi fazer essa viagem? Como tenho feito as coisas ultimamente? Com qual sentimento? Como crio as imagens da minha cabeça? De onde elas vêem? Como reajo a elas? Eu faço o que penso? Por quê deixo essas imagens me influenciarem tanto? Quando elas me ajudam e quando elas me atrapalham?


Ao chegar num país diferente, na casa dos outros, há uma primeira sensação de estar perdido. É preciso reconhecer o espaço, as pessoas, os cheiros, os objetos, o ar, a vista, para então, se vc estiver aberto, se sentir em casa. Está aí um grande desafio desta viagem: meu corpo é minha única casa, ou pelo menos a mais familiar, e estou procurando estra o mais confortável e aberta possível para me sentir em casa por onde eu passar. Aos poucos, já familiarizado com o grupo e com o lugar, começamos a trabalhar em grupo e buscar funções, arrumar o lugar, até começar o ponto chave de estarmos ali: o kensan. O olhar para si; o procurar se conhecer da maneira mais profunda e verdadeira; o saber distinguir suas imagens mentais. Aos poucos, kensando juntos, vamos percebendo que a diferença de cultura, modos, pensamentos, língua, não nos impede de estarmos ali juntos e focados no processo interno, na descoberta de novas possibilidades juntos. Quando eu quiser convidar alguém para fazer o curso de Tokkou, o que devo falar? Como abordar a pessoa sem intimidá-la? Quais perguntas fazer? Quais responder? Como não influenciar nas imagens da pessoa?
Muita coisa para se pensar. Como envolver a internet dentro dessa comunicação? Fica então uma grande questão no final: por quê temos tanto medo de mudança? Por quê tanto medo de se desgarrar de certas que nos fazem mal, mas que pensamos não conseguir viver sem?....?.....?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cada parte de mim, uma pessoa.
























Ao longo desses dias tenho percebido que levo as pessoas que fazem parte da minha vida comigo. Quase tudo que olho, fico pensando que tal pessoa gostaria. Na exposição de antiguidades que fomos visitar ontem, isso me veio muito forte. As esculturas e máscaras africanas e japonesas fiquei pensando que meus professores de máscaras da faculdade, Heloísa Cardoso e Márcio Tadeu, junto com meu amigo mascareiro talentoso, gostariam muito de ter passado por ali. Na seção de leques e pratos chineses, creio que minha mãe acharia tudo lindo. Meu pai gostaria da carne e dos vinhos daqui.A Inês gostaria das esculturas de buda e deusas chinesas. E, minhas irmã, da arquitetura fina e educada das suíças. E muitas outras pessoas queridas que têm vindo à minha mente. Talvez seja porque muitas dessas pessoas nos ajudaram para que essa viagem pudesse acontecer. Parece que eles sonhavam coma gente e faziam planos juntos. Tanto quem já tinha viajado, como quem nunca chegou a sair do país. Por isso, os trago comigo: como gratidão. Acho que talvez isso seja uma parte da verdadeira felicidade: ser abençoado com tantas pessoas lindas na sua vida....(brega, mas verdadeiro).

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Onde se aprende a verdadeira educaçao? (escrito de um teclado em alemao...)


Bom, essa é a minha primeira viagem para o exterior. E, observando as pessoas, lugares, costumes e tudo o mais por aqui, jà consegui fazer algumas reflexoes. Por exemplo, o povo suiço, confia muito um no outro. Para andar de onibus, vc compra seu proprio ticket em uma maquina, antes de embarcar. Vc pode comprar ou nao, se quiser arriscar. Mas, o fiscal às vezes pode aparecer e te multar. Algumas bancas ou lojas pequenas, deixam algumas coisas como revistas, jornais, chocolates, bebidas, etc, para fora. Vc tem que pegar o que quiser e ir pagar là dentro. Em alguns lugares nem caixa hà, vc mesmo ve quanto custa, deixa o dinheiro e pega o troco. Ontem fomos a um Spa e hoje em um Museu daqui de Zurique. Ao entrar, vc pindura seu casaco e deixa sua bolsa em um armàrio, com a opçao de trancar ou nao. As pessoas simplesmente näo mexem. Cada um sabe o que lhe pertence. Assim, caminhando pela rua, vc ve janelas abertas, bicicletas estacionadas na rua e tudo muito tranquilo. Os carros, motos e onibus sempre param na faixa de pedestre. Seria este um mundo perfeito?Serà???








Hoje, fomos as Museu, e, como nao encontramos o caixa ou informaçoes se a exposiçao era paga ou nao, entramos, seguindo o fluxo, e pudemos ver uma exposiçao linda, de antiguarias da Africa, China, Japao e India. Tudo muito silencioso, poucas pessoas e nenhum segurança. Pudemos ver toda a exposiçao com calma e, ainda por cima filmar e tirar fotos. Quando estavamos no fim, um segurança veio calmamente perguntar se tinhamos o ticket. E a gente disse: "Nao sabiamos que era pago!". Subimos, desconcertados para pagar, mas, de novo nao havia ninguem, e como ja tinhamos visto tudo, fomos embora. Onde jà se viu, alguèm virar e dizer:"Ei, onde estäao as pessoas?Eu quero pagar caro por isso!!!!". Talvez um suiço com um bom salàrio e muito caràter. Um brasileiro creio que nunca...Fiquei pensando, que os suiços tem uma educaçao diferente, pois nao precisam ser avisados sobre coisas simples como: "Nao mexa! Nao entre sem pagar! Nao tire fotos!etc". Acredito que, nos brasileiros temos uma educaçao de necessitar ser avisado, alertado ou atè mesmo, advertido com multas. Senao, fazemos o que nos der na telha. Fomos educados de uma maneira, em que nos acostumamos a ter pouco, a tudo ser conseguido pelo fruto de muito trabalho e muita pobreza. Nao è a toa, que adoramos coisas gràtis, ou descontos,   presentes e brindes. Vivemos para poder comprar objetos caros e pode mostrar para todo mundo. Se tivessemos uma educaçao de conquistas ràpidas e fäceis, nao dariamos tanto valor para cada objeto conquistado. Mas, os suiços, por sua vez, apesar de terem uma qualidade de vida invejàvel, aprendem tambem a valorizar tudo sem destruir, sem pixar, sem mijar em cima, sem roubar. As ruas sao limpas, hà muitos lixos espalhados por todos os lugares, e todos cuidam do espaço publico, incluindo jardins, rios e espaços fechados. Por que serà? Serà que nos brasileiros temos uma salvaçao? Seremos um dia resgatados da pobreza material e moral? Fica ai a questao pra gente pensar...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Primeira parte da viagem: a ida.







O tempo foi se passando, a ansiedade aumentando, e, de repente chega a semana da viagem tão esperada. Uma semana antes, hora de correr atrás dos últimos detalhes. Em nenhum momento fiquei muito nervosa. Parecia que essa despedida ia durar pouco, pois logo estaríamos de volta. Mas acabei pegando uma gripe chata, e meu estômago não estava muito normal. Lembrei dos sintomas de pré-estréia dós espetáculos que participei. Que saudade desse friozinho na barriga, de querer conquistar o público e fazer uma apresentação do karalho...Bom, mas voltando a viagem, parecia esta pessoa uma criança. Descobrindo tudo pela primeira vez. Nunca fui levada ao aeroporto internacional. Apenas fui levar e buscar parentes. Estava assim, eu e meu noivo, super bem alinhados e com duas malas enorrrmes. O tempo passou rápido e já nos encontrávamos na plataforma de embarque e nos chamados DutyFree da vida. O avião que íamos viajar era enorme!Dois andares. Eu: extremamente animada; Ele: com um pouco de pânico. Bom, as próximas onze horas transcorreram ótimas!Comida boa, bebida e chocolates a vontade, uma tv com filmes, músicas e séries de tv só para mim. Nenhuma tempestade, nenhum gordo do meu lado, banheiro limpinho...Grande parte da viagem é feita por cima das nuvens, de noite e por cima do oceano atlântico. Então, tivemos que abstrair da paisagem e nos entreter com a tv. Mas, à algumas horas perto de Londres, podíamos seguir o mapa e nos localizar onde estávamos. O avião passava bem em cima de Portugal. Dava para ver as luzes, prédios e ruas de Lisboa, Cidade do Porto, Caminho de Santiago. Muuuuuito legal!Chegando em Londres, creio que passamos por um bairro mais afastado, pois nem pude ver o castelo do príncipe William (snif!eu chorando e o miguel querendo me matar....).A chegada ao aeroporto foi uma benção. Não tivemos que passar pela imigração demoníaca, ficamos na mesma plataforma de embarque. Mas, o duro foi esperar seis horas pelo próximo vôo. Estávamos morrendo de sono, sentados em cadeiras duras, e, qdo a fome bateu, todos os restaurantes eram muuuuuuuiiiiiitoooo caros!Aí, achamos um sanduíche frio numa farmácia por duas libras e compramos...Chegada a hora de embarcar para Zurique, que felicidade!Mas, o avião era pequenininho, não podíamos reclinar a poltrona, sem tv, e nos serviram apenas um copo de refri e uma bolacha!Sorte que passou rápido...A alguns minutos da aterrissagem, podíamos ver a Suíça de cima: parecia um tapete de plantações verdes e rios azuis. Muito lindo!Descemos do avião e fomos direto para a fila da imigração. Ai que nervoso!Apesar de termos todos os comprovantes deireitinho, ainda dá um medo...Mas, o cara foi bem tranquilo e fez apenas três perguntas: Por que vcs estão aqui? Onde vcs vão ficar? (aí mostramos a carta dos nossos amigos e passaportes) e Por quanto tempo? Saímos da fila rindo de alegria. Só isso? Ai, que bom...Pegamos as malas e para nossa felicidade ao chegar em um país em que não entendemos nada escrito nas placas, apenas seguíamos o fluxo, nossos amigos nos esperavam sorridentes e felizes. A Déia até chorou de emoção!!!!Tudo aqui em Zurique é muito lindo, limpinho, arrumadinho e todas as pessoas parecem ser muito felizes e terem um padrão de vida muito alto. Passamos por um lugar com muito jardim e umas casinhas de madeira, e eu perguntei se eram as favelas daqui. A Déia riu e disse que isso não tem aqui. Aquele lugar servia como uma jardim particular para pessoas que moram em apartmentos. Muito bem pensado....Aqui, a confiança nas pessoas é bem grande também. Fomos a um jardim municipal, que fica com o portão aberto o dia todo, e os vasos de plantas para vender ficam pra fora, pois ninguém rouba. E, aqui noa prédio da Déia, a lavadora de roupa é coletiva e fica no subsolo. Todos colocam sabão em pó, amaciante e pinduram suas roupas lá em baixo e ninguém mexe. Eu e o miguel ficamos pensando assim: "Ainda resta esperança para a humanidade, pois todos respeitam o que é de todos. Por que eu vou roubar se aqui não há desigualdade social e todos podem ter o que querem?".Falamos isso para o Kaj e ele disse que isso era uma primeira impressão nossa, pois aqui, na visão dele, as pessoas têm tudo, mas ainda assim são infelizes porque não param para olhar dentro de si. Algo bem confuso para a gente pensar,né?