Como se encontrar no mundo...

Em busca da felicidade verdadeira...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cala a boca e leia!



Desculpe! Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros ... brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. A aviação e o rádio nos aproximou. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem, um apelo à fraternidade universal, a união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora. Milhões de desesperados: homens, mulheres, criancinhas, vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que podem me ouvir eu digo: não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia, da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá. Soldados! Não vos entregueis a esses brutais, que vos desprezam, que vos escravizam, que arregimentam vossas vidas, que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos. Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão. Não sois máquina. Homens é que sois. E com o amor da humanidade em vossas almas. Não odieis. Só odeiam os que não se fazem amar, os que não se fazem amar e os inumanos. Soldados! Não batalheis pela escravidão. Lutai pela liberdade. No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou grupo de homens, mas de todos os homens. Está em vós. Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas; o poder de criar felicidade. Vós o povo tendes o poder de tornar esta vida livre e bela, de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo, um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice. É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam. Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão. Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e a prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos. Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos. Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam. Estamos saindo da treva para a luz. Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah. A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah. Ergue os olhos."

A função e a sobrevivência do teatro!

Pensemos na seguinte situação. Um filho está na sala com seus pais, fazendo planos para o futuro e, eis que então, os pais perguntam: “Filho, o que você está pretendendo seguir como carreira?”. Logo após uma longa sessão de fotos de apresentações de teatro na escola, feitas pelo filho na infância, este responde: “Então, eu decidi que quero ser ator”. Um turbilhão de perguntas e reclamações deve passar na cabeça desses pais. Mas por quê? Como ele vai sobreviver? Será que ele vai ter estabilidade e sucesso? Com o intuito de informar melhor esses pais aflitos e outros tantos jovens que queiram saber os percursos e possibilidades financeiras de um ator profissional, vamos então direto ao assunto. Um ator pode trabalhar nas seguintes áreas mais conhecidas: teatro, TV ou cinema. Cada uma dessas áreas abriga outras ramificações, por isso, citarei as informações mais gerais. A maioria dos atores de teatro costuma fazer parte de um grupo ou exercer trabalhos autônomos, participando de distintas peças. Um grupo de teatro costuma viver de Leis de Incentivo à Cultura, de festivais e da venda de espetáculos. Muitas dessas leis existentes (como Lei Rouanet, Lei de Fomento ao Teatro, Prêmio Miriam Muniz) foram processos de lutas políticas de grupos teatrais desde a década de 60. Longa luta... Hoje, muitas empresas privadas possuem editais de incentivo ao teatro, como Petrobrás, Itaú, Banco do Brasil, Correios, SESI e SESC. Com essas possibilidades, cabe ao grupo escrever um projeto alinhado às regras e tópicos de cada edital. Falando nesses termos parece fácil ser artista, né? Muito pelo contrário. Com tantos grupos espalhados pelo país, os editais e leis existentes tornam-se muito poucos, e grupos já existentes há um bom tempo no mercado conseguem os editais mais facilmente do que grupos com formação recente. Além dessas possibilidades, existem ainda editais de oficinas que podem ser oferecidas pelo grupo ou pelo artista autônomo, e também festivais de teatro espalhados pelos estados do país. Além disso, se um grupo tiver um repertório de espetáculos, estes podem ser vendidos para teatros das capitais e do interior, com apresentações únicas ou curtas temporadas. Passemos então, ao ator que deseja trabalhar na TV. Para isso é necessário uma preparação em algum curso que ministre a linguagem específica deste meio. E isso é válido também para o cinema. Um ator de teatro possui as habilidades básicas para atuar nesses meios, mas, jogar com uma câmera envolve aptidões mais habilitadas. Depois desse processo, é necessário o ator fazer um book fotográfico e entrar em contato com agências de atores especializadas e reconhecidas no mercado. Pronto! O primeiro passo está dado. Cabe agora ao ator, realmente empenhado em trabalhar na TV, participar de testes de elenco e fazer muitos contatos, com o intuito de obter o máximo de experiência diante do vídeo e saber lidar com este meio de comunicação com segurança. No campo da televisão, o ator pode trabalhar como ator de novela, minissérie, como apresentador ou até mesmo fazer trabalhos em comerciais. Creio que a área mais restrita, ou seja, com poucas oportunidades para o número de atores que a buscam, é a do cinema. Por mais que o cinema brasileiro tenha tido uma ascensão nos últimos anos, a área é pequena e seleta. Mas, vale à pena investir tempo na área de curtas-metragens, por se tratarem de períodos curtos de preparação e de gravação, podendo o ator executar outros trabalhos durante o período. Bom, esse foi um resumo básico do que é a vida profissional de um ator e dos obstáculos que este encontra no caminho. Mas, como tudo na vida, vale muito a pena para quem gosta de atuar e não consegue viver fora dos holofotes e aplausos da platéia. Trata-se também de uma profissão onde você aprende e troca muito, pois a necessidade de informação e comunicação é essencial. Boa sorte aos viajantes! Ou, como diz Dionísio, o deus grego do teatro: Evoé!

Presença!

Ser professora é uma questão de dualidade. Trata-se de um dom que nos faz repensar muitas questões e nos força a sempre estar atualizado. Tal dualidade se deve ao fato de que para "ensinar" é preciso ter capacidade e formação técnica, mas também uma sensibilidade para lidar com conflitos. Neste caso, adentramos o espaço da presença. O que é ser uma pessoa extremamente segura e com uma presença expressiva que chama a atenção e comunica? É exatamente este o desafio de um professor de teatro. O de estimular o aluno a se descobrir presente e conectado com tudo o que este vivencia em sala de aula. Para isto, as técnicas teatrais de percepção do próprio corpo, mente (Consciência/Inconsciência), instrumento vocal e percepção do corpo como um todo são fundamentais. Ensinada a técina, resta a cada aluno apreender e absorver a mesma de forma orgânica. E este trabalho é surpreendente, para quem observa, se relaciona e vivencia. No livro, "A arte cavalheiresca do arqueiro zen", Eugen Herrigel reflete à respeito da relação do arco, flecha, alvo e arqueiro. Primeiramente, parecem estes tratarem de elementos separados. Mas, aos poucos, o arqueiro percebe que sua postura, o instrumento utilizado e o objetivo procurado são elementos conectados, interligados em constante fluência e troca. Trata-se também de uma questão do teatro. Como absorver a técnica e ao mesmo tempo estar aberto para novas possibilidades? Onde, apesar de todo conteúdo e experiência, o foco sempre se foca no encontro do "eu" em relação com o outro? E, este segundo baseia-se em infinitas possibilidades?Questões para serem levantas e talvez, quem sabe, nunca respondidas...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mais um artigo!

O que é ser um ator nos dias de hoje?


Qual o tempo necessário para tornar-se um ator profissional? Que atitudes tomar para ingressar na carreira? Como é a vida de um ator profissional? Creio que essas e muitas outras perguntas se passam na cabeça de um aluno que decide fazer um curso de teatro pela primeira vez. E ainda mais, se este escolhe ser um ator profissional. Para os que estão passando por este processo já aviso: não é uma carreira fácil. É necessário muito estudo, muita disciplina, muita leitura e muita coragem para ultrapassar limites e preconceitos que nos impeçam trilhar este caminho. Seja qual for a razão de se tornar um ator profissional (talento, desenvolvimento de aptidões artísticas, expressar idéias, ou simplesmente ser reconhecido), é necessário estar preparado para estudar a fundo o ser humano e suas possíveis relações. Para isso, antes de subir ao palco e interpretar, um aluno em formação deve passar por muitas fases como: autoconhecimento; treinamento de corpo e voz; aprendizado de técnicas de interpretação; e muita pesquisa de campo, ou seja, estar sempre atento em buscar diferentes referências no cotidiano, nas pessoas ao redor, em nosso próprio comportamento e também, em filmes, exposições, concertos musicais e peças de teatro e de dança. Além disso, um bom ator de teatro, procura informar-se sobre tudo o que poderia ser retratado em uma peça, como política, sociedade, cultura e variedades. Tudo isso para trabalhar e moldar a criatividade e imaginação, elementos fundamentais a um bom ator. Aqui no Brasil, apesar de os grandes pólos artísticos estarem nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, cada ano crescem os números de cursos técnicos e universitários por todo o país. Ou seja, ao mesmo tempo em que o mercado oferece muitas possibilidades de estudos e conseqüentemente de linguagens disponíveis (como teatro, tv, vídeo, cinema, documentário, etc), há também muita gente qualificada nesta área, por isso é necessário procurar uma escola que te ofereça todo um conteúdo prático e teórico, e que esteja alinhada com novos estudos que surgem a todo instante. É necessário também saber, que, apesar das diversas linguagens que um ator pode trabalhar, o teatro ainda é utilizado como base para estudo dos princípios fundamentais da arte de atuar, e, talvez como toda profissão, quanto mais estudo, prática e repetição, tornam o trabalho do ator um estudo para toda a vida. Mas, e quanto à questão financeira, ou seja, como se vive desta profissão. Muitos são os riscos, mas para quem gosta mesmo, vale a pena. Mas, esse é um assunto vasto para um próximo artigo. Aguardem!