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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A função e a sobrevivência do teatro!

Pensemos na seguinte situação. Um filho está na sala com seus pais, fazendo planos para o futuro e, eis que então, os pais perguntam: “Filho, o que você está pretendendo seguir como carreira?”. Logo após uma longa sessão de fotos de apresentações de teatro na escola, feitas pelo filho na infância, este responde: “Então, eu decidi que quero ser ator”. Um turbilhão de perguntas e reclamações deve passar na cabeça desses pais. Mas por quê? Como ele vai sobreviver? Será que ele vai ter estabilidade e sucesso? Com o intuito de informar melhor esses pais aflitos e outros tantos jovens que queiram saber os percursos e possibilidades financeiras de um ator profissional, vamos então direto ao assunto. Um ator pode trabalhar nas seguintes áreas mais conhecidas: teatro, TV ou cinema. Cada uma dessas áreas abriga outras ramificações, por isso, citarei as informações mais gerais. A maioria dos atores de teatro costuma fazer parte de um grupo ou exercer trabalhos autônomos, participando de distintas peças. Um grupo de teatro costuma viver de Leis de Incentivo à Cultura, de festivais e da venda de espetáculos. Muitas dessas leis existentes (como Lei Rouanet, Lei de Fomento ao Teatro, Prêmio Miriam Muniz) foram processos de lutas políticas de grupos teatrais desde a década de 60. Longa luta... Hoje, muitas empresas privadas possuem editais de incentivo ao teatro, como Petrobrás, Itaú, Banco do Brasil, Correios, SESI e SESC. Com essas possibilidades, cabe ao grupo escrever um projeto alinhado às regras e tópicos de cada edital. Falando nesses termos parece fácil ser artista, né? Muito pelo contrário. Com tantos grupos espalhados pelo país, os editais e leis existentes tornam-se muito poucos, e grupos já existentes há um bom tempo no mercado conseguem os editais mais facilmente do que grupos com formação recente. Além dessas possibilidades, existem ainda editais de oficinas que podem ser oferecidas pelo grupo ou pelo artista autônomo, e também festivais de teatro espalhados pelos estados do país. Além disso, se um grupo tiver um repertório de espetáculos, estes podem ser vendidos para teatros das capitais e do interior, com apresentações únicas ou curtas temporadas. Passemos então, ao ator que deseja trabalhar na TV. Para isso é necessário uma preparação em algum curso que ministre a linguagem específica deste meio. E isso é válido também para o cinema. Um ator de teatro possui as habilidades básicas para atuar nesses meios, mas, jogar com uma câmera envolve aptidões mais habilitadas. Depois desse processo, é necessário o ator fazer um book fotográfico e entrar em contato com agências de atores especializadas e reconhecidas no mercado. Pronto! O primeiro passo está dado. Cabe agora ao ator, realmente empenhado em trabalhar na TV, participar de testes de elenco e fazer muitos contatos, com o intuito de obter o máximo de experiência diante do vídeo e saber lidar com este meio de comunicação com segurança. No campo da televisão, o ator pode trabalhar como ator de novela, minissérie, como apresentador ou até mesmo fazer trabalhos em comerciais. Creio que a área mais restrita, ou seja, com poucas oportunidades para o número de atores que a buscam, é a do cinema. Por mais que o cinema brasileiro tenha tido uma ascensão nos últimos anos, a área é pequena e seleta. Mas, vale à pena investir tempo na área de curtas-metragens, por se tratarem de períodos curtos de preparação e de gravação, podendo o ator executar outros trabalhos durante o período. Bom, esse foi um resumo básico do que é a vida profissional de um ator e dos obstáculos que este encontra no caminho. Mas, como tudo na vida, vale muito a pena para quem gosta de atuar e não consegue viver fora dos holofotes e aplausos da platéia. Trata-se também de uma profissão onde você aprende e troca muito, pois a necessidade de informação e comunicação é essencial. Boa sorte aos viajantes! Ou, como diz Dionísio, o deus grego do teatro: Evoé!

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